9. Notícias de Andreus
JORNAL DE ABRANTES
Domingo, 11 de Agosto de 1901
Festas nos Andreus
No próximo dia 15, realizam-se nos Andreus a festa de Nossa Senhora da Saúde, com missa solene, por música vocal e instrumental, sermão pelo reverendo Tição, e exposição do Santíssimo. De tarde haverá arraial e quermesse e à noite um vistoso fogo de artifício.
Abrilhantará a Filarmónica do Sardoal.
Domingo, 13 de Julho de 1902
Andreus
Deve ter lugar no dia 20 do corrente a festa em honra da Senhora da Saúde, que consta de missa a grande instrumental, sermão, procissão, arraial e fogo de artifício.
Abrilhanta a festa a Filarmónicas Sardoalense Augusto Simões.
È orador o Exmº Reverendíssimo Dr. Mora, Cónego da Sé de Lisboa e professor do Seminário de Santarém, a cuja irmandade, tem prestado importantes serviços em Santarém, junto do Governo Civil, e de quem é sócio honorário.
Sua Excelência chegou ao Sardoal, no dia 19, acompanhado da Exmª família.
A direcção da Irmandade cumprimenta sua Excelência.
15 de Maio de 1904
Pequenas notícias
Maria Serras, do Andreus, julgada em polícia correcional, e condenada em 3 dias de multa por danos em um pinheiro.
19 de julho de 1904
Festa no Andreus
No próximo dia de S.Pedro, tem lugar na aldeia de Andreus, a festividade de N.S.da Saúde.
Na localidade é grande o entusiasmo que se nota em todas as pessoas, para que as festas tenham o maior brilho e esplendor. O programa é o seguinte:
Às 10 horas da manhã proceder-se-á à reunião de todas as fogaças, que serão conduzidas por raparigas garridamente vestidas, acompanhadas pela Filarmónica do Sardoal, e em número superior a 80. Depois segue-se missa solene e procissão, com arraial à tarde, fogo de artifício à noite, e iluminação à veneziana. O fogo é fornecido pelo distinto artista Francisco Augusto.
Toda a festa será abrilhantada pela nova Filarmónica Sardoalense que executará as melhores peças do seu vasto repertório
JORNAL DE ABRANTES
20 de Agosto de 1905
Alerta Andreus
O arquitecto Viterbo, sábio, sem mistura de ciência, mágico e bruxo de malas-artes, houve de fezes rabularias, caritatível e mais coisas de etc. e sem alerta: dá pinga de água de graça neste ano de desgraça, no sepulcro picaresco das dietas sobras do corrimento das mesmas, a quem se apresentar munido de atestado atestável de haver praticado a parvoíce de botar listra pela tropa fandanga.
ZAZ-ZAZ
JORNAL DE ABRANTES
12 de Junho de 1910
Festas no Andreus
No próximo dia 29 realiza-se nesta pitoresca aldeia, a tradicional festa da senhora da Saúde e de S.Guilherme.
Haverá procissão, música pelas duas filarmónicas do Sardoal, fogo de artifício fornecido pelo hábil pirotécnico das Mouriscas Francisco Amante, gaita de foles, arraial, etc.
Pelas 3 horas da manhã a lendária gaita de foles tocará a alvorada acompanhada do Ram-Tam-Plam encruzando as vaquetas, o nosso hábil perneta da circunvizinha aldeia do Carvalhal.
A mesa da Irmandade da Sr.ª da Saúde e S.Guilherme é composta de homens trabalhadores, que não se tem poupado a esforços, a fim de que a festa seja revestida com grandes pompas.
Temos informações que na nossa vila de Sardoal está toda na melhor vontade para coadjuvar, com a comissão, contamos e estamos esperançados em algumas Exmªs Srªs.
A.L.C.
4 de Dezembro de 1910
Andreus-Gasómetro
Está funcionando no estabelecimento do Sr. Joaquim Martinho, dos Andreus um gasómetro muito perfeito e económico como ainda não vimos outro, cuja execução se deve ao hábil artista do Sardoal, Sr. José António dos Santos, morador na rua da Estalagem n.º 8. Além de dois magníficos geradores, está munido de dois resistentes acumuladores, tendo ainda o competente manómetro para regular a pressão a gaz.
Também tem um regulador de pressão que mantém a saída do gaz, sempre debaixo da mesma pressão. O que podemos garantir é que a apresentação do aparelho como está, faz a honra a quem o fabrica.
9 de Julho de 1911
Festas nos Andreus
Teve lugar nos dias 29 e 30 de Junho nesta pitoresca aldeia a festividade da N.S.ª da Saúde e S. Guilherme:
Alvorada no dia 29 despertou-nos a tradicional gaita de foles.
Às 9 horas deu entrada a Banda União Sardoalense que depois dos cumprimentos de estilo percorreu as ruas juntando fogaças que moçoilas, joviais e garridamente vestidas, vinham ofertar à senhora.
Houve missa em que foi celebrando o Revdº Ventura, acolitado pelo Revdº Alpalhão e Silva Martins. De tarde bailes campestres por todos os cantos, os rapazes dirigiam às raparigas idílios amorosos e os velhos como já não sentissem o calor da mocidade prestavam homenagem ao Deus Baco em fartas e copiosas libações.
A música no coreto sob a regência do hábil maestro Sr.Lopes, executou algumas peças do seu vasto repertório.
À noite fogo de artifício do afamado pirotécnico de Mouriscas, Francisco Marques Amante, o que agradou a todos,e, para todos os lados os mesmos idílios e mesma harmonia.
No dia 30 houve missa pelo Revdº Alpalhão, de tarde bailes campestres à noite queimaram-se algumas peças de fogo e deitou-se um lindo aeróstato que subiu maravilhosamente, à sua subida um grupo de rapazes entoou a Portuguesa.
A fachada da Igreja e o coreto nas duas noites esteve iluminada a acetileno, o que produziu um lindo efeito.
Eis como passaram 2 dias e 2 noites sem que uma nota triste viesse transtornar o brilho da festa e alegria dos camponeses.
11 de Agosto de 1912
Andreus
Realiza-se no próximo dia 15, nesta pitoresca aldeia uma festa desportiva promovida pelo grupo “União da Mocidade”, que constará de corrida de bicicletas, corrida de sacos e pedestre.
Para a corrida de bicicletas, já estão inscritos 8 corredores que se treinam com afinco e persistência havendo valiosos prémios para os primeiros.
Zig – Zag
25 de Agosto de 1912
Notícias de Andreus
Como noticiamos realizou-se no dia 15 a festa desportiva, a qual correu animadíssima. A corrida de sacos, dos garotos, fez dar muitas gargalhadas, em seguida, a corrida de bicicletas em que o vencedor Sr. Joaquim Ramiro, andou um percurso de 5 quilómetros e meio em 12 minutos e 25 segundos, todo o resto da tarde correu animado sem haver uma nota triste.
Abrilhantou esta festa a Orquestra da Filarmónica de Abrantes, que deixou tanto aos promotores da festa, assim como a todo o povo plenamente satisfeitos. Venho pois dar os parabéns ao tempo, pela festa que realizou e espero que não seja a última, visto que tão bem se saíram nesta.
Zig-Zag
8 de Dezembro de 1912
Sardoal – Andreus
António Faro, fornecedor de pequenas e grandes quantidades, estacas e oliveiras de raiz, macieiras e mais árvores de fruto. A qualidade é garantida, pois basta dizer que esta região não tem rival quanto à boa qualidade do seu vasto olivedo.
Padre Ventura
Dizem-nos dos Andreus, que padre Ventura, um jesuíta dos quatro costados que ali vai dizer missa aos Domingos, não perde a mania de se aproveitar daquela hora para estar a dizer baboseiras contra a República, contra as suas leis e seus homens mais eminentes. A ser verdade o que nos afirmam, é simples e fácil de fazer entrar o tal Ventura no caminho do bom viver, basta tomar pelo menos duas testemunhas e enviar a queixa ao delegado da Comarca. Este padreca é aquele que já em tempo teve o rabo entalado por idêntico motivo e, se a coisa não foi até à final, foi devido a ele penitenciar-se publicamente. Tenha pois cautela com o caso, diga a sua missa e vá com Deus.
O povo já vai tendo os olhos bem abertos para conhecer bem as asneiras que constantemente o estão a maçar.
21 de Junho de 1914
Haverá Crime?
Na passada quinta-feira foi encontrado dentro de um barranco o cadáver de João Ruivo, dos Andreus, numa propriedade de António Luis, no sítio do Vale do Carvalho, do mesmo lugar.
Segundo se diz, o falecimento deve ter-se dado há dois ou três dias.
À autoridade cumpre averiguar rigorosamente todos os procedentes.
15 de Julho de 1919
Romaria nos Andreus
É nos dias 29, 30 do corrente de Julho que nesta pitoresca aldeia se realiza a tradicional festa à Milagrosa senhora da Saúde promovida por uma Comissão de devotos.
Consta este ano a comissão com bastantes e valiosas ofertas, tanto dos terra como os de fora, prometidos quando da febre da pneumónica, devido a registar-se que tendo a terra cerca de mil almas e tendo aqui estado um terço doente não falecer pessoa alguma.
Dia 29, às 5 horas alvorada pela gaita de foles e fogo.
Às 8 horas chegada da Filarmónica, percorrendo em seguida as ruas da terra. Às 12 horas missa cantada e em seguida procissão, onde se encorporam as mais lindas raparigas da terra e arredores conduzindo fogaças. Durante a tarde arraial.
Às 23 horas fogo de artificio por um hábil pirotécnico.
Dia 30 às 5 horas alvorada pela gaita de foles e fogo. Às 11 horas missa e sermão. Às 14 horas chegada da Filarmónica. Durante a tarde arraial e fogo. Dia 1 às 5 horas alvorada pela gaita de foles e fogo. Às 14 horas chegada da Filarmónica, durante o arraial da tarde, fogo, abrilhanta estes três dias a Filarmónica União Sardoalense.
É digno de elogios a comissão que não se tem poupado a esforços, para conseguir que os festejos tenham o maior brilho possível.
12 de Outubro de 1919
Sardoal
Graves acontecimentos na aldeia de Andreus do concelho de Sardoal, onde o povo num gesto de indignidade justificada revolta acaba de expulsar uma quadrilha de gatunos que há anos ali residiam, tendo morto e ferido outros.
Há anos que nesta pitoresca aldeia imperava o terror, raro era o dia em que ali não se acometiam roubos ou exerciam represálias nas pessoas honestas e todos sofriam com resignação que até traduzia medo. Raro era aquele que tinha coragem de formular a sua queixa às autoridades competentes, e quando isso se dava, no geral o resultado das investigações, era nulo, porque, as próprias testemunhas pouco ou nada diziam, porque a sua principal preocupação era não ser desagradável a esse grupo de bandidos, que não hesitavam cometer a mais selvática vingança, de dia ou de noite , diante de testemunhas ou sem elas, isso era-lhes indiferente tal o medo que deles tinham.
Queixas houve que lhe acabavam por pagar os dias que as autoridades os detinha presos para investigações.
Gozadores, atrevidos, conhecedores do meio em que viviam, sabendo que eram o posso, quero e mando, alvejando uns a tiro, destruindo o que os outros tinham nas propriedades, roubando o que lhes apetecia, os crimes sucediam-se interruptamente e cada vez mais grave, até que acerca de dois meses uma pobre viúva que estava na propriedade com os filhinhos de guarda ao melancial, roubaram o que quiseram, alvejando-a a tiro e não satisfeitos nos seus intentos lançaram-lhe fogo à casa.
Entregue o caso, as autoridades administrativas, ela também conduziu as investigações que ao fim de alguns dias, três da quadrilha confessaram o crime de furto e incêndio tendo eles próprios apresentado objectos roubados.
Remetidos a juízo todos, ficaram esperançados que eles jamais voltava em incomodá-los , mas a desilusão durante pouco tempo, porque ao fim de oito dias estavam de regresso à terra, mas desta vez mais arrogantes, brandindo armas, ameaçando com mais incêndios, etc, etc.. Há dias lançaram fogo a uma meda de lenha, a uma criatura que os admoestou por eles andarem a roubar pinheiros. Este incêndio foi o mais poderoso tónico que se podia aplicar àquele povo que há anos sofria todas as infâmias que esse grupo de selvagens apetecia por em prática.
Acordaram todos da letargia em que viviam, compreenderam que era necessário reagir, e logo no dia imediato, eles aí estão todos armados de cacetes, espingardas, roçadoiras, machados,etc. etc., e vão em busca dos gatunos e fazer-lhe uma caçada, tendo ferido gravemente dois deles e destruindo uma casa, e mais não sofreram devem-no à ligeireza de pernas.
Fizeram saber a todos que jamais ali poderiam viver, mas eles confiados no seu enorme poderio, não se convenceram disso, não se lembrando que as criaturas medrosas se tinham transformado, e o que nos seus corações havia sede de vingança, não souberam compreender o que é uma multidão desvairada, que tinha vivido oprimida e esbulhada do melhor que tinha nas suas propriedades, e que só um fim tinha: acabar com os gatunos, fosse porque processo fosse, embora tivessem que cometer um crime, pois que os gatunos só do crime viviam. Deram-se novos assaltos, primeiro e segundo dia destruindo mais duas casas, mas no último dia um dos gatunos foi vitima das iras populares sendo agredido mortalmente, vindo a falecer no dia 7, e se mais vitimas não temos a lamentar, foi porque alguns tiveram o bom senso de à frente dessa imensa multidão exaltada, de joelhos a todos pediram perdão e jurarem fazer-se pessoas honestas. Um pagou com a vida, dois estão no hospital, outros estão já longe da terra onde viveram uma vida irregular, quando pelo trabalho honesto tão bem poderiam viver.
Vítima da sua má conduta ninguém se poderá revoltar.
Lastimamos e deploramos o sucedido, não somos apologistas da justiça popular porque quase sempre que vai visar inocentes, mas também não deixar de dizer, que muito sofreu aquele povo, primeiro que se revoltasse e que no meio de todo este desencadear de paixões nenhum inocente se pode queixar de ter sido ofendido.
O que é necessário é que todos compreendam que as reinvistas acabam, e que a opinião sensata aconselha a todos calma e serenidade para aconselhar a todos.
E para que estas cenas desagradáveis e deploráveis se não repitam necessário é que o meritíssimo juízo da comarca chame a prestar contas com brevidade os autores do furto e incêndios que ultimamente se deram. Que a justiça seja implacável para estes canibais e a opinião pública ficará satisfeita para que a ordem e o sossego que tão necessários são, regressem a esta aldeia.
2 de Maio de 1920
O crime dos Andreus
Devem ser julgados em audiência geral no próximo dia 7, os autores do crime de assalto, ofensas corporais e roubo praticado há meses nos Andreus, e que levou o povo daquela aldeia, já farto de se ver tão roubado, amotinou-se e procurar em massa os gatunos para os liquidar linchando um, o único que foi encontrado, pois os outros fugiram a tempo, aliás teriam sorte igual.
Apesar de serem passados meses sobre o acontecimento aquele povo está na disposição de, se os jurados não forem severos, não consentirem os gatunos naquela aldeia. Na verdade andar uma criatura a moirejar de sol a sol, para criar produtos nas usas fazendas e virem de noite uns malandros roubá-los, fazendo do roubo um modo de vida, é duro, é mesmo muito duro.
JORNAL DE ABRANTES
9 de Maio de 1920
O Crime dos Andreus
Realizou-se na passada sexta-feira, como estava marcado o julgamento do crime de roubo, assalto à mão armada e fogo posto praticado nos Andreus e em que eram réus, Silvano Ribeiro, Miguel António Teimão e Manuel Pereira.
O Tribunal constituiu-se sob a presidência do Mertº Juiz Sr. Dr. Pereira Machado, representando o Ministério Público o Sr .Dr. João Simões Lúcio, Delegado do Procurador da República, sendo advogado oficioso o Sr. António Bairrão, escrivão do 2º ofício Sr. Diogo Oleiro e seu ajudante Sr. Manuel Correia Júnior.
A sala estava apinhada de gente dos Andreus e freguesias do Sardoal, que em verdadeira ansiedade esperavam o julgamento.
Junto à mesa do escrivão viam-se uma espingarda e um revolver com que foram cometidos os crimes e um grande saco com os objectos roubados pelos réus à queixosa Ana Batista.
O julgamento decorreu sem incidentes, dando-se talvez um caso único na comarca, de 6 testemunhas de defesa apresentadas pelos réus fazerem uma acusação cerrada aos réus a pontos de pedirem que lhe fosse aplicada uma pena de tal forma que eles nunca mais voltassem ao Andreus.
O Sr. Delegado Sr. Dr. Simões Pereira, fez um brilhante discurso, começando por ler uma local do Jornal de Abrantes, de domingo passado, em que se verberava o crime dos Andreus e lembrava-as circunstâncias em que tinha sido feito, tecendo Sua Exc. no Jornal de Abrantes toda a boa vontade em lhe facilitar a sua espinhosa missão de mantedor da ordem e do respeito pela lei.
O advogado oficioso Sr. Dr. Bairrão limitou-se agradecer as saudações que pelo Sr. Dr. Delegado lhe foram dirigidas e pedir justiça.
Escritos os quesitos e recolhendo os jurados, vieram depois com o seu vediactum dando o Sr. Juiz a sentença que condenou os réus na pena de 5 anos de prisão maior seguida de 8 de degredo na alternativa de 16 anos degredo.
A sentença foi bem recebida.
16 de Maio de 1920
Agradecimento
O povo de Andreus (Sardoal) penhoradamente satisfeito com a justa sentença, proferida no dia 7 do corrente no Tribunal da Comarca de Abrantes, vem por esta forma tornar público o seu agradecimento aos ilustres magistrados e Srs. jurados que tomaram parte naquela audiência.
A todos pois, protestamos o nosso mais vivo reconhecimento.
8 de Maio de 1921
Sardoal
O assunto que vamos tratar é de capital importância para a vitalidade deste concelho, pois ele traduz uma das maiores aspirações de todos que se interessam pelo seu progresso e engrandecimento, por isso entendemos que deve ser tratado com elevação, sem facilidades nem preciosismos que desvirtuam as melhores intenções.
As nossas considerações visam unicamente defender os interesses do Sardoal, e ver se é possível evitar um mal, que a efectivar-se, será mais um entrave ao progresso desta vila, e mais um passo a favor da decadência que o afecta, e quando nada possamos conseguir pelo menos o nosso protesto ficará gravado para os vindouros possam ver de que lado estava a razão, quando discutimos este assunto.
Trata-se da estrada de ligação entre o Sardoal e a freguesia do Souto.
Pensou a Câmara deste concelho em dar começo a essa obra, e isso só merece louvores, porque é um melhoramento que bastante valorizará o comércio, que dia a dia vemos enfraquecendo.
Andou, analisou e depois de alguns estudos, parece que se inclina, não a fazer uma estrada entre o Sardoal e Carvalhal, mas sim a fazer uma estrada entre Carvalhal e Andreus.
É o que nos dizem, mas a efectivar-se é um erro e um dispêndio de dinheiro com que o Sardoal e a freguesia do Souto, nem o próprio Andreus lucrará, porque a freguesia do Souto continua a subir a íngreme e irregular ladeira do Vale do Carvalho, aos pontapés nos imensos pedregulhos que ali há, Andreus não lucra senão uma pequena parte, visto a estrada vir subir quase ao fim da aldeia, porque quem quiser servir Andreus deve fazer uma estrada que venha sair ao adro, e Sardoal continuaria a ser a terra onde se não vai por motivo de mau caminho.
Aquele pedaço de estrada até ao Vale de Carvalho de nada serve, porque os carros do lado do Carvalhal, não o aproveitarão por ela vir ter ao começo de uma curva de meio quilómetro que bastante custosa é para os gados a maioria do Andreus (que está junto do adro) continuará a seguir o caminho velho até ao Vale de Carvalho.
Portanto quem aproveita?...
Um carro de tarde em tarde, e a quarta parte do Andreus.
Ora é isto que não pode nem deve ser... o que há a fazer?...
Se querem servir o Sardoal, Andreus e a freguesia do Souto, primeiro devem fazer um ramal do Vale do Carvalho ao adro do Andreus, embora fique um pouco mais inclinado, mas é ali que eles o querem, depois começar a estrada Vale de Carvalho a Carvalhal que é de pouco dispêndio, porque as expropriações são baratas e a mão de obra é pouca, por último seguir com a estrada Vale de Mú acima, que aparte uma curva logo após o ribeiro seguirá quase sempre o caminho velho.
A inclinação não é tão grande como querem fazer crer. Maior é do Ribeiro David e os carros passam lá: As expropriações só no começo serão mais caras, porque do vale de Mú adiante são baratas, e concerteza que o Exmº Sr. Visconde de Sardoal fará, vindo ela por cima, a mesma cedência que já fez, indo onde a projectam, pois a sua propriedade ficará melhor servida e portanto mais valorizada.
Olhem para este escárnio do Valongo, que foi e é o maior inimigo do Sardoal. E por que se fez por aí!...
Para evitar expropriações do quintal do falecido David Serrão.
A economia que se fez recompensa os prejuízos causados a esta vila?...
Não, mil vezes não, e todos nós o sabemos bem.
Por isso, fazer um erro idêntico depois daquela experiência, não é um erro, é um crime de lesa Sardoal.
Não se faz num ano, faz-se nos que sejam precisos, mas faz-se como deve ser.
Não há que olharmos a dinheiro, mas sim à utilidade dele.
Portanto terminaremos, reclamando uma estrada directa entre o Sardoal e Carvalhal com um ramal para Andreus que depois pode dar seguimento até S.Simão porque assim ficam todos servidos sem prejuízo de ninguém.